O
SOL.
Inicialmente, é imprescindível falar como foi que cheguei
ao PIBID, levando-se em conta que foi na transição de governo do nosso
município e essa nova gestão fez com que despertasse em mim um desanimo enorme.
São esses dilemas que fazem parte da vida cotidiana nas salas de aula e
transformam-se em desafios para a profissão. O PIBID fez com que eu novamente
enchesse de animo como o sol que transmite calor, luz e energia, quando
estudamos o texto “Os dilemas práticos dos professores” de Miguel Zabalza, que
pontou situações da dinâmica de sala de aula que se transformam em momentos
dilemáticos e que cada pessoa é diferente, dependendo do caráter de cada um, da
formação de cada um, da experiência de cada um, do tipo de recursos
disponíveis, etc. E lembrei-me do meu caráter, da minha formação lá no
magistério com o sonho de fazer o melhor para contribuir a onde eu trabalhasse
fazendo uma educação de qualidade.
E com toda complexidade que enfrentamos na nossa
profissão, precisamos recarregar a nossa energia para desenvolver o trabalho em
sala de aula. O PIBID foi que trousse para mim essa energia que estava precisando
fazendo com que eu voltasse novamente a pesquisar. Juntamente com os alunos de
pedagogia com tanto sede de novos conhecimentos para se aperfeiçoar em sua profissão
para serem os novos professores do nosso país que passa por tantos dilemas e um
desses dilemas é que os gestores políticos do nosso país não se preocupam em
assegurar uma educação de qualidade para os cidadãos brasileiros. Mas ao ver os
cursistas de pedagogia com uma vontade danada de fazer o melhor para as crianças
foi uma luz que brilhou novamente em mim para dá o que há de melhor. As preocupações em ver aquelas crianças
alfabetizadas e incentivar ao mesmo tempo os cursistas para seguir essa
profissão, mim fez debruçar em busca de novos conhecimentos e as orientadoras
Socorro e Ivana foram os raios do sol que mostrou para mim o caminho que
deveria seguir. Um desses raios que elas apresentaram-me foi o blog que foi um
grande desafio, pois, eu tenho uma grande dificuldade em escrever o que sinto,
posso até explicar oralmente, mas na hora de descrever mim travo e através do
blog que sempre precisava deixar as nossas impressão fui conseguindo aos poucos
mim soltar. Hoje sei que ainda preciso melhorar muito, mas creio que já estou melhorando
um pouquinho. E outros raios que fui seguindo foi os dos estudos do método
socioconstrutivista de Emília Ferreiro e Ana Teberosky e sem esquecer-se de
Paulo Freire, pois desde o inicio a minha maior preocupação foi alfabetizar as
minhas crianças e cada fez que nós se reuníamos para planejar e escolher uma
palavra geradora dentro de mim sentia um calor imenso e esse calor eu tentava
transmitir para os meus alunos e os meus colegas de trabalho Danilo, Átila,
Andersom, Jamile, Naiane, Murilo e a mais nova caçulinha da turma Poliana. Foi essa
equipe do PIBID que percebi que era possível fazer com que alunos de escola
pública aprendessem a ler e escrever.
E para ensinar a ler
e escrever é necessário que venhamos saber que alfabetizar, não é mesmo que
letrar como Magda Becker Soares aborda. Pois hoje se entende que a
alfabetização transcende a mecânica do ler e do escrever
(codificação/decodificação), ou seja, a alfabetização é um processo
histórico-social multifacetado, envolvendo a natureza da língua escrita e as
práticas culturais de seus usos. “Alfabetizar não é só ler, escrever, falar sem
uma prática cultural e comunicativa”. Olha bem como é, ao mesmo tempo em que estou
ensinando os meus alunos a serem letrados estou aprendendo. Então é importante registrar que a criança, no transcurso
do dia-a-dia, vivencia usos de escrita, percebendo que se escreve para
comunicar alguma coisa, para auxiliar a memória, para registrar informações. E
que da mesma forma recorremos à escrita, através da leitura, para, também,
obter-se informações, e buscar entretenimento. É hora, então, de a escola parar
de simplesmente ensinar a escrita, para dar espaço a uma escrita dinâmica,
explorando as ideias, as emoções, as inquietações, escrevendo e deixando
escrever. (Kramer, 2000).
Consequentemente, a escola precisa pensar a
alfabetização como processo dinâmico, como construção social, fundada nos
diferentes modos de participação das crianças nas práticas culturais de uso da
escrita, transcendendo a visão linear, fragmentada e descontextualizante
presente nas salas de aula onde se ensina/aprende a ler e a escrever. Oliveira,
acerca desta questão, reconhece que:
Por isso, é de fundamental importância que, desde o início, a
alfabetização se dê num contexto de interação pela escrita. Por razões
idênticas, deveria ser banido da prática alfabetizadora todo e qualquer
discurso (texto, frase, palavra, “exercício”) que não esteja relacionado com a
vida real ou o imaginário das crianças, ou em outras palavras, que não esteja
por elas carregado de sentido. (Oliveira, 1998, pp. 70-71).
Vejo que no futuro essas crianças terá uma educação
bem melhor que eu recebi, pois creio que toda dificuldade que tenho ao escrever
foi que na minha base eu não fui preparada para ser letrada e espero que um dia
todo o alfabetizador venha entender que precisamos mudar nossa pratica de serem
meros transmissores de conhecimentos e ser educadores, pesquisadores e
comprometidos para que tenhamos uma educação de qualidade. Por essa razão, a
proposta escolar de alfabetização tem que considerar os diferentes níveis ou
graus de inserção da criança no mundo letrado. Aproveitando quero deixar aqui
registrado que, as crianças que chegam ás classes de alfabetização, na escola
pública, são crianças reais, capazes de aprender a ler e escrever. Resta que a
escola identifique o seu percurso no processo de aquisição da língua escrita,
organizando suas atividades de modo que a vivencia do ler e escrever, na sala
de aula, seja rica, útil, podendo informar, transmitir informações, entreter e,
enfim, tenha a gama de usos e funções socioculturais que caracterizam na
sociedade. E o PIBID contribui para que essas crianças venham receber uma
educação de qualidade.
Oi Josiene,
ResponderExcluirMuito verdadeira e implicada a sua narrativa. Fala um pouco mais de como foi essa parceria com os alunos da UESB e a coordenação. Como o programa vem te ajudando a ressignificar sua prática pedagógica.
Essa parceria em minha prática fez com que eu buscasse mais de mim mesma pois com as orientações da coordenação em busca de pesquisas e com os alunos fez com que eu colocasse em prática aquilo que tinha pesquisado. Tudo isso fez com que eu em sala de aula com o método socioconstrutivista ajudasse alfabetizar os meus alunos.
ResponderExcluirOi Josiene!
ResponderExcluirQue bom que o programa do Pibid fez com que ressurgisse em você "o professor pesquisador". Gostaria que você falasse de que forma a articulação entre a universidade e a escola ressignificou seus saberes docentes e se o programa do Pibid te despertou algum dilema? Quais?
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