sábado, 11 de julho de 2015

UMA REFLEXÃO SOBRE OS ESTUDOS E PLANEJAMENTOS NO PIBID.





 O ato de ler e escrever constitui um elemento inerente a condição humana, uma vez que a aquisição da língua oral e escrita nos remete a possibilidade de participação social na qual nos tornamos seres no mundo. A aquisição da leitura e da escrita implica, portanto, uma questão de cidadania, ao tempo que se revela como uma forma de inclusão social, ao possibilitar-nos a capacidade   criadora e o posicionamento crítico no mundo no qual estamos inseridos. Desse modo, o domínio da língua oral e escrita amplia nossos horizontes, proporcionando-nos, sobre tudo o acesso a informação e a produção do conhecimento.
Realçamos que, o ato de ler e escrever não se constituem como naturais, mas revelam-se como processos que ocorrem a partir das interações sociais estabelecidas, conduzindo à assimilação dos conhecimentos historicamente produzidos pela humanidade com vista  à reelaborarão. A escola enquanto agência de excelência de produção de conhecimentos desempenha um papel de fundamental importância no processo de aquisição da língua escrita, ao desenvolvê-la de forma sistematizada, atribuindo sentido ao aprendizado da leitura e da escrita por meio das interações estabelecida no contexto escolar.
Minha experiência profissional como professora, bem como em supervisora no projeto do PIBID, argumentando a inegável importância do processo de alfabetização das crianças em sala de aula, percebo a importância do planejamento feito pelos alunos de pedagogia para intervenção na sala de aula, através de pesquisas e análise dos mesmos. Trouxe para mim uma nova perspectiva na minha vida profissional, analisando acerca da alfabetização nos remetendo a uma leitura das questões teórico-metodológico acerca das diferentes concepções de aprendizagem da leitura e da escrita, a partir das concepções empirista e psicogenética.  
A concepção empirista fundamentada no modelo tradicional de alfabetização, concebendo-o enquanto processo de codificação e decodificação da língua escrita, pautada sobre tudo na memorização inicial de silabas simples seguidas  das sílabas complexas para a formação de palavras. Nesse sentido, a preocupação central neste modelo de alfabetização é a escrita enquanto representação da fala, enfatizando a dimensão individual do processo de alfabetizar, de modo que a escrita é constituída enquanto atividade neutra e mecânica, sendo necessário inicialmente ensinar a escrita das letras para depois ensinar a ler e a escrever.
A concepção psicogenética da aquisição da leitura e da escrita traz uma revolução conceitual sobre a alfabetização, a medida que refuta as antigas praticas de ensino e aprendizagem do sistema alfabético, concebendo a criança enquanto sujeito que pensa acerca do funcionamento da escrita.
Neste enfoque, Ferreiro e Teberosk (1999) apresentam uma revolução conceitual ao explicarem a forma como a criança aprende a ler e a escrever, ao definirem as fases sucessivas (pré-silábica, silábica, silábico-alfabética e alfabética) pelas quais as criança passa durante o processo de aquisição da língua escrita.dessa forma o papel do professor é mediador entre o sujeito cognoscente (aluno) e o objeto cognoscível ( código escrito), considerando a construção do conhecimento realizada nesse processo, onde o aluno é o sujeito ativo, capaz de formular hipóteses, comprovar, categorizar apartir das experiências que vai realizando na interação da língua escrita.
Na perspectiva freireana tem o principio de uma alfabetização transformadora coaduna em uma educação problematizadora, [...] comprometida com a libertação, empenhada na desmistificação [...] ( Freire, 1987, p. 72) do domínio da palavra a uma minoria elitizada que detém o poder da escrita, legitimando as relações de dominação entre os que se apropriaram da tecnologia da escrita e aqueles que a não a possuem, sendo, portanto marginalizados.  Com esse estudo com a equipe do PIBID, viemos entender  que a discussão em torno dos processos de alfabetização e letramento não implica na substituição e ou dissociação de um termo por outro, lembrando que ambas as categorias conceituais de aquisição da língua escrita envolvem  processos complexos que se traduzem em diferentes dimensões.
Dissociar alfabetização e letramento é um equívoco porque, [...] a entrada da criança (e também do adulto alfabetizado) no mundo da escrita ocorre simultaneamente por esse dois processos: pela aquisição do sistema convencional da escrita – a alfabetização- e pelo desenvolvimento de habilidades de uso desse sistema em atividades de leitura e escrita – o letramento. ( SOARES, 2004, P.14).
Com base na reflexão ora mencionado compreendo que a prática pedagógica como elemento de produção de conhecimento ao tempo que se configura como espaço de reflexão para ação, concebida  a relação indissociável entre teoria e prática. E o PIBID vem trazendo esta oportunidade associando professores e estudantes de pedagogia trabalharem juntos a favor de uma educação de qualidade.  
  





3 comentários:

  1. Oi Ene,

    Fiquei muito feliz em ler seu blog. Você realmente está avançando nas leituras sobre alfabetização e investindo na pesquisa. Concordo com você que o PIBID é uma política publica que vem nos fazer refletir sobre a nossa profissão.

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  2. Muito boa sua reflexão Ene! O professor precisa ser um pesquisador, as leituras e reflexões no Pibid tem contribuído muito na nossa formação. Gostaria de saber se correram mudanças em suas práticas após a participação no programa?

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  3. Através do PIBID despertou em mim uma vontade de voltar a pesquisar e juntamente com as coordenadoras e os alunos de pedagogia que se tornaram meus parceiros. Fez com que a minha prática em sala de aula melhorasse, conseguindo colocar aquilo que estudei na minha sala de aula, fazendo os meus alunos a serem alfabetizado.

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