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O ato de ler e escrever constitui um elemento inerente a condição humana, uma vez que a aquisição da língua oral e escrita nos remete a possibilidade de participação social na qual nos tornamos seres no mundo. A aquisição da leitura e da escrita implica, portanto, uma questão de cidadania, ao tempo que se revela como uma forma de inclusão social, ao possibilitar-nos a capacidade criadora e o posicionamento crítico no mundo no qual estamos inseridos. Desse modo, o domínio da língua oral e escrita amplia nossos horizontes, proporcionando-nos, sobre tudo o acesso a informação e a produção do conhecimento.
Realçamos que, o ato de ler e escrever não se constituem
como naturais, mas revelam-se como processos que ocorrem a partir das
interações sociais estabelecidas, conduzindo à assimilação dos conhecimentos
historicamente produzidos pela humanidade com vista à reelaborarão. A escola enquanto agência de excelência
de produção de conhecimentos desempenha um papel de fundamental importância no
processo de aquisição da língua escrita, ao desenvolvê-la de forma
sistematizada, atribuindo sentido ao aprendizado da leitura e da escrita por
meio das interações estabelecida no contexto escolar.
Minha experiência
profissional como professora, bem como em supervisora no projeto do PIBID,
argumentando a inegável importância do processo de alfabetização das crianças
em sala de aula, percebo a importância do planejamento feito pelos alunos de
pedagogia para intervenção na sala de aula, através de pesquisas e análise dos
mesmos. Trouxe para mim uma nova perspectiva na minha vida profissional,
analisando acerca da alfabetização nos remetendo a uma leitura das questões teórico-metodológico
acerca das diferentes concepções de aprendizagem da leitura e da escrita, a
partir das concepções empirista e psicogenética.
A concepção empirista
fundamentada no modelo tradicional de alfabetização, concebendo-o enquanto
processo de codificação e decodificação da língua escrita, pautada sobre tudo
na memorização inicial de silabas simples seguidas das sílabas complexas para a formação de
palavras. Nesse sentido, a preocupação central neste modelo de alfabetização é
a escrita enquanto representação da fala, enfatizando a dimensão individual do
processo de alfabetizar, de modo que a escrita é constituída enquanto atividade
neutra e mecânica, sendo necessário inicialmente ensinar a escrita das letras
para depois ensinar a ler e a escrever.
A concepção psicogenética da
aquisição da leitura e da escrita traz uma revolução conceitual sobre a
alfabetização, a medida que refuta as antigas praticas de ensino e aprendizagem
do sistema alfabético, concebendo a criança enquanto sujeito que pensa acerca
do funcionamento da escrita.
Neste enfoque, Ferreiro e
Teberosk (1999) apresentam uma revolução conceitual ao explicarem a forma como
a criança aprende a ler e a escrever, ao definirem as fases sucessivas
(pré-silábica, silábica, silábico-alfabética e alfabética) pelas quais as
criança passa durante o processo de aquisição da língua escrita.dessa forma o
papel do professor é mediador entre o sujeito cognoscente (aluno) e o objeto cognoscível
( código escrito), considerando a construção do conhecimento realizada nesse
processo, onde o aluno é o sujeito ativo, capaz de formular hipóteses,
comprovar, categorizar apartir das experiências que vai realizando na interação
da língua escrita.
Na perspectiva freireana tem
o principio de uma alfabetização transformadora coaduna em uma educação
problematizadora, [...] comprometida com a libertação, empenhada na
desmistificação [...] ( Freire, 1987, p. 72) do domínio da palavra a uma
minoria elitizada que detém o poder da escrita, legitimando as relações de
dominação entre os que se apropriaram da tecnologia da escrita e aqueles que a
não a possuem, sendo, portanto marginalizados. Com esse estudo com a equipe do PIBID, viemos
entender que a discussão em torno dos
processos de alfabetização e letramento não implica na substituição e ou
dissociação de um termo por outro, lembrando que ambas as categorias
conceituais de aquisição da língua escrita envolvem processos complexos que se traduzem em
diferentes dimensões.
Dissociar alfabetização e letramento é um equívoco porque,
[...] a entrada da criança (e também do adulto alfabetizado) no mundo da
escrita ocorre simultaneamente por esse dois processos: pela aquisição do
sistema convencional da escrita – a
alfabetização- e pelo desenvolvimento de habilidades de uso desse sistema
em atividades de leitura e escrita – o
letramento. ( SOARES, 2004, P.14).
Com base na reflexão ora
mencionado compreendo que a prática pedagógica como elemento de produção de
conhecimento ao tempo que se configura como espaço de reflexão para ação,
concebida a relação indissociável entre
teoria e prática. E o PIBID vem trazendo esta oportunidade associando
professores e estudantes de pedagogia trabalharem juntos a favor de uma
educação de qualidade.
